terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Chorem.

Escrevi esse texto há alguns meses. Em meio a dor, sempre há algo aproveitável, e não só pra mim. Mandei esse texto por email e recebi várias respostas de que Deus tinha falado grandes coisas aos corações... Me alegro. Que Deus continue falando. E que nós possamos continuar a responder, a pagar o preço, rachar lenha, subir a montanha, enfim, ir até o final. Um beijinho.
*
Chorem. Chorem por aquilo que tem valor. Chorem pelo clamor que há dentro dos vossos corações. Chorem pelo que vale a pena ser chorado.
Fomos criados para gerar e multiplicar-nos – e isso deveria ser o foco de nossas vidas, quando muitas vezes não é. Deveríamos sofrer quando há infertilidade, mas as vezes não sofremos.
Por muito tempo o clamor de nossas vidas, os nossos maiores desejo e sonhos andavam afastados dos planos e desígnios de Deus. Chegamos a um ponto no qual compreendemos para que estamos aqui – e começamos a alinhar nossas vidas para alcançar isso. Mas vivendo como se fôssemos daqui, quando não somos, nos deixamos perturbar pelas coisas terrenas, deixando em segundo plano a eternidade e os propósitos de Deus. Percebemos para que fomos criados, mas a nossa visão tem estado limitada e pequena, e não temos revelação completa do que o Senhor quer de nós.
Se compreendêssemos por completo o coração de Deus, choraríamos diante do altar de Glória do Senhor, clamando pelas vidas daqueles que amamos.
Parece que as vezes esquecemos que se nós não formos usados para que a luz de Deus brilhe nas trevas dessas pessoas, elas poderão não ter outra chance, e irão para o inferno! Nós reinaremos e passaremos a eternidade adorando ao Senhor enquanto eles estarão queimando, imersos em desespero e morte eterna. Parece que quando oramos, não há indignação em nossos corações. Parece que não oramos para ver as vidas livres da opressão de satanás e da eternidade de sofrimento – mas oramos para desencargo da nossa consciência, para que nós possamos deitar a nossa cabeça no travesseiro e dormir em uma falsa paz, quando eles não tem a verdadeira paz da qual nós deveríamos ser portadores!
Então orar se torna pura religiosidade, já que é com foco de suprir nossas próprias necessidades. Santos, Deus não nos criou para vivermos para nós mesmos! Ele não nos criou para nosso bem estar, para vivermos em torno de nosso próprio umbigo. Ele nos criou para gerar! Filhos, discípulos, esse é o maior desejo do coração de Deus!
Quando no Édem, Deus criou o homem, o que Ele disse a Adão? “Sede fecundos, multiplicai-vos, e enchei a terra”. Quando Jesus falava aos discípulos, já ressurreto, o que Ele diz? “Vão e façam discípulos”. O coração de Deus não mudou! A palavra de Deus afirma que Ele não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa. Deus não mente – nós fomos criados para gerar, sim – e nem ao menos se arrepende – o seu desejo ainda é o mesmo!
Provavelmente você não quer viver sua vida sem agradar a Deus, certo? Pelo menos eu não quero!
O Pastor Aluízio conta a história do bolo. Imagine que você passe sua vida inteira fazendo um bolo de chocolate para o Senhor. Tudo que você fez foi em função desse bolo, afinal, esse bolo é para Deus! Você pega o chocolate que vem do melhor cacau, a farinha que vem do trigo da mais alta qualidade. Depois você faz a calda, e ela é bem escura e brilhante. O bolo está pronto! E suculento, você pensa. Você chega ao céu e vai todo feliz e realizado entrega o bolo para o Senhor. Seu sorriso alcança cada orelha. Então você entrega. O sorriso fica amarelo, as expectativas crescem e o coração antecipa a resposta do Criador: “Eu amei. Está perfeito”. Mas não. Você encara Deus e é surpreendido pela cara de paisagem que Ele faz. E ouve Deus dizer, sem graça: “É... eu queria de morango. Sabe, eu não te criei para um bolo de chocolate, e sim para um de morango.”
Temos que focar nossas vidas no que Deus realmente deseja: vidas! Jesus morreu na cruz por todos, mas só é válido aos que crerem. E cada um que crê, dá mais sentido ao preço que Jesus pagou.
Precisamos perceber a simplicidade que implica viver para o Senhor. Ver em sua plenitude o que devemos fazer enquanto estamos aqui na terra.
Irmãos: trabalhem, estudem, se divirtam, tudo isso é importante. Mas algo mais nobre e mais elevado é gerar e investir. Canalizar tudo que é natural para o espiritual. Direcionar todas as atitudes, até as cotidianas e corriqueiras, para o cumprimento do propósito. Isso é mais valoroso do que fazer sem ter o fim no gerar, pois nós estaremos fazendo o que fomos criados para fazer. Não será fácil, mas essa batalha já tem fim certo: a vitória. Nós só precisamos conquistar. Nada é conquistado de graça, amados. Há um preço a ser pago, ainda existe uma cruz. Existe uma brecha que precisa ser preenchida.
Precisamos ser constantes na oração, no choro, na dor que deveria consumir nossos corações enquanto não vemos todos à nossa volta rendidos à Glória de Deus!
Se você parar para orar e as palavras acabarem, pare para escutar a voz do Senhor. Repita as mesmas palavras até que outras surjam, mas não se canse, ore!
Chore! Se derrame! Seque seus olhos clamando por filhos, esvazie seu corpo, mas faça algo, chore, clame, grite! Faça como se fosse a sua vida. E é um absurdo ter que usar essa expressão, pois essas vidas deveriam ser mais preciosas que a nossa própria vida! Moisés clamou por perdão, pelo povo que foi idólatra, e pediu a Deus que riscasse o seu próprio nome do livro da vida caso não os perdoasse; Paulo afirma que preferia ser anátema ao ver os judeus indo para o inferno; Que Deus molde nossos corações na fôrma de Cristo, na qual esses grandes homens de Deus também passaram. Que o Senhor nos leve a vivermos inteiramente para Glória e Louvor Dele! Ansiando por filhos, como Ana, que não suportava ir adorar ao Senhor sem descendência, pois sabia que era isso que Deus realmente desejava – e que sucesso sem sucessor é fracasso.
Levantemo-nos! Coloquemo-nos no nosso lugar para fazermos o que devemos fazer. Marquemos gerações! Façamos a diferença na eternidade! Sejamos profetas, sacerdotes! E enquanto não alcançarmos essas águas mais profundas, que possamos chorar. Pois os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão.

São Paulo, 24 de Setembro de 2009.

Um comentário:

Brunno Rodrigues disse...

este é um texto que me marcou...
que o Senhor nos ensine a amá-lo acima de todas as coisas e a termos uma vida entregue a Ele sem reservas..